Design 2022
Kathleen Repasche
Product Designer na Softplan e Project Leader na LTUX
Gamer, artista digital e amante de todo tipo de conhecimento <3

Carta para novos designers

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Introdução

Está iniciando em UX/UI Design ou transicionando de carreira? Meu objetivo com esse artigo é te contextualizar e dar algumas dicas sobre como acabar não se frustrando com barreiras que pode encontrar no meio de sua jornada. Já trabalha na área? Vem comigo, veja se já enfrentou estas situações e compartilhe também suas experiências!

Vou falar sobre o mercado de trabalho, trazer alguns dados, comentar sobre prós e contras do “boom” que está acontecendo em nossa área, bem como ressaltar a importância de ter determinados objetivos pessoais e profissionais claros e bem definidos para não nos frustramos no futuro.

O mercado de trabalho

Nos últimos anos, nossa profissão vem ganhando cada vez mais visibilidade e destaque no mercado brasileiro e internacional. A pandemia relacionada ao COVID-19 ajudou a reforçar esta ascensão, entretanto esta tendência já vinha sido notada há algum tempo.

Uma pesquisa realizada pela NN/g aponta que o número de profissionais de UX cresceu de 1.000 para cerca de 1 milhão de profissionais entre o período de 1983 e 2017, ou seja, em 34 anos. Além disso, o mesmo estudo mostra que este crescimento deve continuar, podendo alcançar em torno de 100 milhões de profissionais na área até 2050.

Profissionais de UX em todo o mundo, com uma escala logarítmica para o eixo y (dados de 1950 a 2017 são as melhores estimativas; 2018-2050 são previsões).

Este fenômeno está ocorrendo porque cada vez mais a cultura de Design Centrado no Usuário tem se difundido e demonstrado seu valor em empresas de grande sucesso, como Google, Amazon, Facebook, etc. Com isso, empresas de todo o mundo têm investido cada vez mais em profissionais da área para compor suas equipes e, então, vemos muitos novos profissionais formados ou em transição de carreira para UX buscando grandes oportunidades.

É muito gratificante ver nossa área crescer e ter tanta visibilidade, mas, ao mesmo tempo, precisamos estar em alerta de como esse crescimento pode acabar afetando a todos nós e, consequentemente, nossa profissão.

Muitas empresas hoje estão contratando designers porque, como já dito anteriormente, perceberam que precisam destes profissionais para garantir seu crescimento no mercado. Porém, devido ao crescimento rápido, muitas delas acabam contratando sem ter o mínimo de conhecimento sobre nossa atuação.

Empresas menos maduras tendem a contratar designers juniores para atuarem sozinhos, deixando-os sem apoio de profissionais com mais experiência. Caso você esteja numa situação como essa, o processo de aprendizagem torna-se mais árduo, exigindo disciplina para buscar conhecimento e necessidade de aprender na prática com suas próprias falhas.

Isso não é um problema se sua empresa e stakeholders entendem seu nível de experiência e respeitam que você precisa de tempo para aprender, que vai fazer isso cometendo muitos erros e aprendendo com eles. Precisam te apoiar, encorajar e buscar entender sua atuação para te ajudar nesse processo. Do contrário, é muito comum que designers juniores sozinhos acabem não tendo forças para influenciar em mudanças culturais na empresa, terminando engolidos por outras áreas mais consolidadas e, por exemplo, entregando apenas “telinhas bonitas”, sem embasamento nas reais necessidades dos usuários.

Eu fui UI/UX designer júnior sozinha por 3 anos, tive uma experiência muito positiva em uma das empresas em que trabalhei nessa época e gostaria muito de compartilhar esta experiência com vocês. Antes mesmo de entrar, durante as entrevistas, eu me atentei muito em saber qual era a cultura da empresa e se valorizavam os conceitos de UX. Eles foram muito transparentes comigo em falar que eu seria única designer, que não tinham processos definidos para minha área, mas que estavam buscando caminhar para mudar essa realidade da empresa.

Sou muito feliz em dizer que tive muito espaço e total apoio do meu product manager, ou gerente de produto, para experimentar, colocar em prática todo o conhecimento teórico que havia adquirido até então, falhar, aprender com os erros, buscar por processos diferentes, estudar mais, tentar novamente, e repetir este ciclo muitas e muitas vezes.

Este processo poderia ter sido mais fácil e rápido se eu tivesse ajuda de outro colega de trabalho com mais experiência. Porém, nossa área está crescendo e é inevitável que muitas empresas se encontrem nesta mesma realidade.

Por conta disso, para crescermos na área como juniores e desbloquearmos nosso potencial, é muito importante encontrarmos empresas que tenham ao menos uma cultura alinhada com design centrado no usuário, que seja humilde e que nos apoie nesse processo de crescimento contínuo juntos. Ou então, se não tiver essa oportunidade, cerque-se e conecte-se com profissionais da área que contribuam para sua carreira, participe de comunidades e procure por mentores que te orientem nessa caminhada.

Mas como não cair no conto do vigário?

Aqui entra a questão de conhecer bem seus objetivos para não se frustrar. Empresas têm perfis diferentes e você precisa entender em que momento você está para encontrar uma empresa que se enquadre no que você está procurando agora.

Eu estava muito feliz com aquela empresa que comentei, eles me davam total apoio para o meu crescimento, entretanto, não tinham nenhuma perspectiva de contratar um designer sênior e eu tinha um objetivo muito claro: começar a interagir e trocar experiências com outros colegas da minha área.

Além disso, não tenha vergonha de fazer perguntas durante as entrevistas, aliás, será o lugar que você vai passar grande parte do seu dia! Busque entender sobre como será seu dia a dia, ambiente de trabalho, time em que vai trabalhar, se já possuem outros designers e de qual senioridade, com quais departamentos vai interagir; o que esperam de você e quais os maiores desafios para o cargo; quais os processos ou metodologias que utilizam, se analisam métricas, se aplicam pesquisas e testes com usuários, se sim, como; etc..

Não saia das entrevistas com dúvidas. Isso é extremamente importante para que você encontre uma empresa alinhada com seus objetivos, que te faça sentir realizado com seu trabalho e te ajude a propagar essa cultura linda de Design Centrado no Usuário.

Espero que este artigo tenha te ajudado ou te inspirado de alguma maneira. Gostaria muito de agradecer ao Victor Guerra por ter me dado esta oportunidade de escrever sobre minhas percepções com relação à nossa área e, de alguma forma, contribuir com conhecimento para nossa comunidade.

Obrigada por ler até aqui! <3

Se quiser trocar uma ideia, entre em contato comigo pelas redes sociais, vai ser um prazer!

Kathleen Repasche

Sou de uma cidadezinha do interior de São Paulo, formada em Design Digital pela PUC-Campinas e hoje moro em Florianópolis. Amo estudar e aprimorar meus conhecimentos para crescer profissionalmente. Acredito no poder da empatia, dos processos metodológicos e dos fundamentos de Design para criar produtos e serviços que as pessoas amem.

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