Design 2022
Gabriel Pêra
Designer de Conteúdo no Itaú e Facilitador de Aprendizagem na Tera
Preto, LGBTQIA+, Neurodiverso, Artista e Candomblecista

Desenhistas de conteúdo num mundo híbrido

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Tudo bem! Eu também compreendo as diversas formas de interação que podem surgir a partir deste conteúdo. Muita gente pode se aproximar por curiosidade. Muita coisa aconteceu também e soluções de conteúdo em design, se tornam cada vez mais frequentes.

Eu adoro me visualizar como uma pessoa desenhista de conteúdo. Pois assim, acredito que retiro meu trabalho do que muitas pessoas acreditam ser.

Se você, na mente de amigos e familiares também já passou por este problema, ou se veio aqui para trocar um pouco e absorver sobre o universo de design de conteúdo, estamos no local certo. Pois fazemos parte de uma comunidade com milhares de pessoas que falam e circulam no território nacional com o português brasileiro e junto de todo este processo.

E no meio deste ecossistema de interações, estão os produtos digitais, serviços e soluções na esteira de inovação que estamos acompanhando. A sociedade também, passando por transformações num mundo de agora se apresenta a caminho de uma realidade híbrida.  

E no meio desse bololô todo, estávamos e estamos cansados. Bancos tradicionais fecharam suas portas e foram desafiados a expandir suas soluções. Segmentos que possuíam interação em essência presencial e humana, migraram suas interações para o ecossistema digital. E nós desenhistas de conteúdo, aparecemos neste contexto como público afetado e também enquanto figuras facilitadoras de estórias, decisões e jornadas nas diversas soluções.  

Onde tudo acontece

Você já parou para pensar no que se passa em sua mente quando pensa no termo “conteúdo” ou quando pensa no que faz uma “pessoa de conteúdo?

Geralmente as respostas para essas perguntas se aproximam do universo de conteúdo jornalístico, de publicidade ou se reduz a figura de “pessoas redatoras”. Não imaginamos lápis de cor, ou instrumentos de uma pessoa artista nas mãos destas pessoas, mas nos próximos anos, pensar no desenvolvimento de soluções por meio de conteúdo aliadas a design nos ajudará a estar mais próximos de conteúdos que são intuitivos e facilitam experiências de interação, utilização, localização, suporte e tc..

Designers de conteúdo geram melhores experiências e solucionam problemas por meio de conteúdo. Estamos presentes nas notificações engraçadas de aplicativo. Estamos junto da usuária no momento em que está pensando em voz alta frente a um botão ou “interface”.

O nome UX Writing também circula por aí e acreditamos que designer de conteúdo se encaixe melhor com a esfera de circulação da linguagem atual. “Design de conteúdo” e “Desenho de Conteúdo”, aproximam, enquanto “UX Writing” nos leva de avião prum terreno onde essa disciplina de UX se reduz a um ambiente norte americano e com outra dinâmica de construção de produtos, interações com idioma e formatos de leitura. Fatores sociais e de alfabetização, educação e leitura também vão influenciar a forma como desenhamos conteúdos para as diversas soluções que temos por aí!

E num país como o nosso, onde a língua se construiu por meio de atravessamentos (o sequestro do povo preto, o apagamento do povo indígena e a utilização de mulheres neste processo torto que chamamos de “nossa língua”) o conteúdo passeia por produtos digitais e serviços como figura facilitadora. Pois se clicamos em “cancelar” por termos certeza de que a ação de fato ocorrerá, estamos confiando em desenhos de conteúdo, feitos por designers. Isso quer dizer que, para “cancelar” estar posicionado neste botão, pensamos em diversos fatores. O termo e a forma como ele circula socialmente, caracteres deste termo, pois deverá ser ergonômico dentro da solução de interface em que será inserido, acessível para permitir que diversas consigam caminhar até de A a B na experiência criada, o que gerará novos problemas de compreensão e rastreabilidade e nos levará a ter de pensar no pontos C, D e etc... Ainda bem.

UX Writing não está apenas em produtos digitais

UX Writing, está circulando em nosso território e cada vez mais, pessoas estão se interessante na forma como designers solucionam problemas difíceis. Os formatos que talvez mais conhecemos são os formatos de solução que se refletem nos produtos digitais. Os “apps” por exemplo.

Mas até antes mesmo do contexto atual, as experiências de utilização estão ganhando novas urgências, e que bom.

Agora e nos próximos tempos, o conteúdo vai informar, dar suporte e ser intuitivo não somente em interfaces de aplicativos. Mas estará presente também em outros contextos. Já podemos notar isso presente em nosso cotidiano.

Chatbots e assistentes virtuais crescendo cada vez mais e pessoas se comunicando com robôs e assistentes virtuais para solucionar seus problemas. Estabelecimentos agregando assistentes de voz e jornadas roteirizadas para atender suas clientes.  

A comunicação por meio da arquitetura, infraestrutura e serviços, pois um problema para encontrar um escritório em prédio de mais de 30 andares por exemplo, é também um problema de desenho de conteúdo.  E o contexto de cidades inteligentes, pensando em como sua população(público interno) e turistas(público externo) podem “usar” melhor a cidade. Conseguindo se deslocar e encontrar locais que precisam por meio de informações presentes na geografia, como placas; muito presentes no cotidiano de comunicação da pessoa brasileira, como as engraçadas que conhecemos nos “memes” de internet.

Smartspeakers falantes em casas que caminham para serem inteligentes e conectadas, em soluções já conhecidas como Alexa, ou Siri. Soluções estas que tiveram seus problemas em desenho de conteúdo. Visto que neste contexto a voz é um conteúdo muito importante que é manipulado e construído pela pessoa designer neste processo e pesquisas nos mostram que em alguns países estes soluções não reconhecem diferentes tipos de voz e sotaque, pois foram criadas pensando um público urbano e próximo das soluções digitais.

Realidade Aumentada e Inteligência artificial em crescimento, gerando conteúdo digitalmente palpável” e ambientes simulados da realidade.

O conteúdo pensado primeiro, nos ajuda a levar o desenho de soluções para um nível melhor. Pois pensamos uma experiência que além de incrível é sustentável, pois temos um produto intuitivo, presente no antes e depois da jornada de interação da pessoa usuária, com FAQs de Perguntas Frequentes e informações que nos permitem tomar decisões na experiência, sustentável, pois uma boa experiência de conteúdo agrega valor a experiência da usuária em seu processo de tomada de decisão, pois esta assimila a informação, confia e parte para o confronto inicial com a experiência.

Salvando empresas com guias de tom e voz.

Esta não é a única ferramenta de trabalho de uma pessoa designer de conteúdo. Em nosso cotidiano acessamos a interação entre humano e experiência de diversas formas. Analisamos dados, geramos informações e facilitamos a experiência por meio de decisões de conteúdo, principalmente quando não somos chamados apenas ao final para dar nomes aos botões. Porque quem dera botões e notificações segurassem uma experiência concisa, não é?  

É importante também absorvermos o campo de interação da língua em nossa sociedade. Pois a comunicação está ocorrendo e os problemas ocorrem mais rápido do que imaginamos em nossos projetos da porta da empresa para fora. Você pode projetar um guia de tom e voz que guie o time e cria uma comunicação horizontal, mas se este documento não for intuitivo, teremos um documento não utilizado para o time e não fermentado no cotidiano do negócio.

É muito importante compreender também sobre linguística, sociologia e gramática, para além do conceito normativo de “certo e errado”, pois como falamos o que entendemos como certo e errado em nossa língua hoje, é enviesado e reverbera a construção de uma língua de poucos. E com uma língua de poucos, temos uma experiência que não será de todos, o que gera um conteúdo não compreendido e em casos de impacto ao negócio, gera abandonos de carrinho de compra, e/ou abandono da própria experiência durante uma tomada de decisão.

Este artigo tentou trocar um pouco sobre novos horizontes para o conteúdo. Espero que com o passar dos meses, tenhamos experiências não somente incríveis nos conteúdos, mas que tenhamos experiências sustentáveis. E que designers de conteúdo se aproximem cada vez mais da mesa de negócios, para diminuirmos um movimento de “qual nome a gente coloca nesse botão” de surpresa numa reunião de time.

Eu quero fazer parte de um movimento que considero muito importante, onde estamos aproximando pessoas de conteúdos e para o nosso bem, estamos perdendo a ânsia por trazer voz. Pois na verdade traremos a voz de mais usuárias e alcançaremos mais gente dentro deste ecossistema gigantesco de interações entre soluções, produtos e pessoas que queremos nos inserir.

Gabriel Pêra

"escritor, facilitador de aprendizagem e atrasado nos sambas. Concluindo a formação em Relações Públicas, designer de conteúdo apaixonado pelo comportamento de leitura e performance da nossa blablação nacional. Também me interesso por assutos como chatbots, ciência de dados, ux e apaixonado por Pina Baush. Nascido no interior do Rio de Janeiro em Barra Mansa."

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