Fiquei pensando em como começar esse artigo, e talvez o mais obvio seja partir do termo “designer”. Esse ponto é importante para delimitar um pouco a reflexão, até porque se você pesquisou o termo designer no Google ou a #designer no Instagram vai encontrar com grande relevância até “designer de sobrancelhas”. Que fique claro que não usei esse exemplo de forma pejorativa, todo profissional tem o seu devido valor e respeito.
Na Wikipédia encontramos a definição:
“O designer [dizáiner] ou projetista é um profissional que desempenha atividade especializada de caráter técnico-científico, criativo e artístico para elaboração de projetos de design passíveis de serialização ou industrialização e que atendam, tanto no aspecto de uso quanto no aspecto de percepção, as necessidades materiais e de informação visual.”
Essa definição não está adaptada para o nosso contexto, o profissional que trabalha com projetos digitais. Em uma adaptação precisaríamos eliminar ou discutir o termo artístico. Nós não fazemos arte, que é passível de interpretação. Nós, designers de meios digitais, precisamos resolver problemas (e trazer resultados) de forma objetiva, sem subjetividade. Caso tenha curiosidade sobre essa discussão, recomendo pesquisar artigos sobre arte vs design pela web afora.
Definição mais objetiva:
“Designer ('a') - o indivíduo que irá realizar um processo de design de modo a alcançar um resultado (design)”.
Essa definição ainda é restrita na minha opinião. Em trecho do artigo “Redesigning design(ers)” de Jaakko Tammela ele ilustra bem o meu ponto de vista sobre a definição:
“Ser designer vai além do treinamento e da qualificação técnica. Está relacionado a uma forma de agir, pensar e ver o mundo. É tão (ou mais) relacionado às habilidades interpessoais, ou melhor, o equilíbrio de ambas.”
Com quase 2 décadas trabalhando no meio digital, questiono o quanto nós “designers” temos nesse termo algo de egocêntrico, de individualismo, ou de até uma certa soberba. Talvez isso esteja relacionado a questão do “ser criativo”, “artista”, “inventivo”, “inovador” ou até mesmo com a nossa vontade de resolver todos os problemas do mundo.
A reflexão é: não é sobre você, designer, é sobre o outro. É sobre como você:
Eu poderia continuar enumerando muitas questões, profissionais ou pessoais, mas, não é sobre o texto e reflexão do artigo, é sobre como você assimilou tudo isso.
Com reflexões e questionamentos frequentes evoluímos. Precisamos evitar (as vezes sem perceber) o piloto automático. A pandemia nos tirou do eixo principal, e agora vamos nos reorganizar, com aprendizados e mudanças, para melhor.
O que achou? Comente, acrescente, questione, compartilhe. Longe de algo ser a única verdade.
“Eu prefiro ter perguntas que não podem ser respondidas a ter respostas que não podem ser questionadas.”
Richard Feynman
Obrigado pela leitura. ; )
"Pós-graduado em Administração e Gestão em Serviços pela USP - Universidade de São Paulo e Bacharel em Propaganda e Marketing. Atuo na área de serviços (agro, bancos, seguradoras e meios de pagamento) há mais de 20 anos. Pesquiso, entendo e alinho as necessidades das pessoas de forma criativa, inovadora e efetiva em projetos digitais. Esse é o meu papel, independente do meu cargo. Adoro fotografia, artes, cinema, tecnologia e inovação, incluindo as pedaladas, leituras e conversas aleatórias, que não podem faltar."