Design 2022
Luciana Martins
Design Manager na Creditas
Facilitadora, comunicadora e artista

Que tipo de relações estamos projetando?

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Desenhar uma interface, uma experiência, ou talvez uma história. 

Quando pensamos na jornada do usuário, estamos construindo uma narrativa, e projetando de alguma maneira esta história. Às vezes podem ser tão impactantes que têm a capacidade de mudar o modus operandi de uma economia, sociedade ou até a forma das pessoas se sentirem parte da sociedade como indivíduos.

Através dessas experiências acionamos sentimentos e emoções que podem trazer esse senso de pertencimento de grupo, criando vínculos e relacionamentos que podem promover a qualidade de vida e bem-estar.

E qual o papel do design?

Podemos projetar experiências que solidifiquem essa relação humana que transitam pelo espaço físico e virtual, como por exemplo as redes sociais que estão no nosso dia-a-dia, Instagram, Twitter, TikTok, WhatsApp e etc.

Com o olhar da neurociência conseguimos entender que a relação humana modula nosso cérebro e nosso comportamento, prospectando sensação de segurança, autonomia e satisfação com a vida. As percepções das emoções positivas, trazem mudanças fisiológicas, fortalece as conexões cerebrais pois aumentam níveis de serotonina¹ e dopamina² e, além disso, auxiliam na regulação do sono.

Mas da mesma forma que podemos corroborar com esse senso de comunidade e pertencimento, podemos também desenhar experiências que podem causar um extremo sentimento de solidão, quando as pessoas não se sentem inseridas num grupo, não criam vínculos sociais ou até mesmo são excluídas e ignoradas.


Você pode ter se lembrado de um grande tema do ano, "o cancelamento", no ano que o BBB (Big Brother Brasil) virou uma copa do mundo, ver a saída de uma pessoa "não querida" pelo público era quase como comemorar um gol do Brasil na final, e o problema é que seguido disso vem o famoso cancelamento. 

Essa cultura do cancelamento não é novidade na história da humanidade. Na Grécia antiga existia o ostracismo que era uma forma de punição aplicada aos cidadãos suspeitos de exercerem poder excessivo e restrição à liberdade pública, e a punição era o afastamento de um indivíduo do meio social ou da participação em atividades que antes eram habituais.

Hoje em dia, o ostracismo ainda existe e é caracterizado por uma "dor social" provocada por ser excluído e ignorado, ou seja, tem uma relação direta com o cancelamento, e atualmente o ostracismo é reconhecido como dor por ativar no cérebro as mesmas estruturas que são ativadas quando sentimos uma dor física.

O impacto de um "Like"

As experiências que desenhamos hoje podem provocar emoções positivas e negativas, ou até mesmo impulsionar comportamentos que promovem a dor social.
Esses sentimentos de exclusão social são nocivos para nosso organismo pois podem aumentar os níveis de cortisol, e os efeitos desse aumento causam uma reatividade fisiológica à ameaça e aversão, desencadeando uma cascata de alterações, e pode trazer maior predisposição a transtornos psicológicos como ansiedade e depressão, gerando assim impacto negativo na afetividade e criando barreiras para se ter relações sociais.

As redes sociais transformam alguns comportamentos e como nos relacionamos. Por exemplo, ao compartilhar uma foto, essa ação pode gerar a expectativa da aprovação social, e quando não existe a recompensa do "like", acontece uma quebra dessa expectativa e por consequência a sensação de exclusão social. 

As experiências que estamos construindo hoje estão melhorando nossa qualidade de vida e sensação de bem-estar, ou estamos nos moldando a elas com novos comportamentos para fugir do cancelamento?


1 Neurotransmissor que regula o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade e funções cognitivas

2 Neurotransmissor responsável pelo controle motor, cognição, compensação, prazer, humor e algumas funções endócrinas

Luciana Martins

Designer por formação, aprendiz em neurociência e facilitadora por natureza. Tenho mais de 10 anos de experiência na área de produtos digitais, já empreendi com uma editora, um studio design e uma start-up.

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