Design 2022
Apparicio Bueno Ferreira Junior
Design Team Lead @ Cazoo
Branco, magro, agitado, TDAH

Será que esquecemos de fazer perguntas?

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No último ano podemos perceber uma migração exponecial de novos talentos para UX e Produto em geral, crescimento esse influenciado por diversos fatores incluindo a pandemia, a idéia do trabalho remoto, das “facilidades” de se trabalhar em casa, do contexto geral da profissão digital ser o futuro, da quantidade disponível de conteúdo sobre UX, UI, Product, Research entre outros.

Esse esse crescimento é essencial e precisa continuar acontecendo para que dessa forma o mercado evolua e as empresas comecem a criar um maior grau de maturidade. Sou um grande apoiador desse BOOM! de profissionais e do ensino de UX para todos(as).

Outro fator importante que é apresentado no artigo da NN/g sobre os próximos 100 anos da nossa profissão, se você observar no gráfico acima, é a curva dos profissionais de UX disponíveis no mundo, visivelmente nos próximos anos o crescimento será multiplicado, chegando ao fator de 100 vezes.

Até agora tudo positivo, e de fato necessário até porque a quantidade de produtos novos no mercado diariamente também estão se multiplicando.

Mas será que todos esses profissionais entendem de verdade o que estão fazendo? O que estão entregando? Ou como vão entregar?

Leia esses comentários que eu recebo diariamanete e pense um pouco, o que falta para esse profissional:

  • “terminei minha pesquisa faço o que agora?”
  • “peguei um projeto de redesign e não sei se entreguei o produto certo”
  • “me sinto perdido(a) quanto ao que devo fazer se um produto já existe”
  • “eu preciso definir um problema para o projeto?”
  • “como eu começo um projeto/case do zero?”

Pode parecer simples resolver essas dúvidas, mas onde está o erro? Seria o ensino? Seria nós Seniors, Leads e Directors lidamos com esses profissionais iniciantes?

Como poderiamos fazer com que essas perguntas, essas dúvidas, pudessem ser sanadas?

Pensando em todos esses fatores eu comecei um questionamento com esses novos talentos para tentar entender melhor esses cenários.

E o resultado foi que…faltam perguntas….

Por que? O que? Como? Quando? Onde?

Sim, esses questionamentos simples já mudariam completamente a forma que os novos talentos aprendem e executam UX no dia a dia.

Questionamentos esses, que fazem qualquer profissional pensar, dar um passo atrás e tentar entender o que é que estamos fazendo, onde queremos chegar, quem são as pessoas que usam isso…..por que esse problema existe? será que essa suposição é um problema?

Quando começamos um projeto de UX, precisamos inicialmente de uma descrição de problema ou ao menos uma hipótese.

Essa definição de problema já é um bom…por que?

  • por que estamos fazendo esse projeto?
  • por que isso é um problema?
  • onde o problema acontece?
  • como o usuário se sente?
  • o que esse problema impede de ação?
  • quem são esses usuários?
  • o que esses usuários precisam/desejam?

Esse primeiro passo de questionar talvez seja o começo do entendimento do trabalho de UX.

Contudo, apenas esses questionamentos ainda não respondem o que fazer depois de uma pesquisa, um projeto de UX tem um caminho longo, essas perguntas iniciais com toda certeza ajudam a entender onde você está indo e porque está indo.

E como descobrir o que fazer depois de uma pesquisa ou depois de um wireframe?

Processos

Se o questionamento da problemática fosse feito logo ao início do projeto, provavelmente o próximo passo seria mais claro.

Mas vamos entender um pouco mais sobre processos…

Processos de design nada mais são do que um mapa do início, meio e fim, e nesse mapa você tem atividades a serem executadas, quase que um passo a passo do que fazer e quando fazer.

Porém, cuidado! Não é porque você tem um processo teórico, linear, simples, mapeado, que você sempre vai conseguir utilizar da forma que é ensinado. A realidade é sempre mais complexa, por isso…aprenda a fazer perguntas.

Vamos aprender como questionar e onde suas perguntas podem te levar.

Abaixo você tem o processo completo do Diamante duplo, incluindo as fases divergentes e convergentes, com a descrição das possíveis técnicas e atividades que podem ser executadas em cada fase do processo.

O que você percebe é que para toda fase tem-se diversas atividades correspondentes que te ajudam a responder um questionamento.

“Gostaria de descobrir mais sobre o nosso cliente e sobre o projeto”
- fase descoberta possui diversas atividades que vão te ajudar a questionar, observar, realizar reuniões e coletar informações.

“mas e agora depois de descobrir o que eu faço?”
- fase definição com diversos métodos para mapear melhor o problema, entender as oportunidades principais, definir o problema foco e sintetizar as descobertas.

Viu como é fácil! Você precisa apenas aprender a fazer as perguntas certas e poderá escolher com clareza a atividade adequada para encontrar um resultado.

E se você estivesse no momento de discovery precisando definir um método de pesquisa?

Esse também não é um problema, contanto que você saiba o que perguntar.

Olhe o gráfico abaixo.

Temos 4 perguntas principais

  • Por que e como?
  • O que as pessoas fazem?
  • O que as pessoas dizem?
  • Quanto e quanto custa?

E 4 objetivos para essas perguntas:

  • Comportamento
  • Atitudinal (atitude)
  • Qualitativo (qualidade)
  • Quantitativo (quantidade)

Ou seja, sempre que estiver em dúvida de qual método de pesquisa utilizar, formule uma pergunta, entenda qual seu foco, o que você espera aprender com a pesquisa, e a escolha do método será simples.

Observe abaixo, como fica fácil e intuitivo escolher um método quando se faz perguntas.

Em resumo, volto a questionar…

o que falta nos profissionais que estão iniciando carreira?

Formular questionamentos é o básico da nossa profissão e de qualquer outra coisa em nossa vida.

Sinto que as perguntas não estão sendo feitas, ou que os iniciantes ainda não entendam quais perguntas fazer.

Porém, espero que esse artigo possa ter adicionado uma perspectiva diferente do que é fazer perguntas e da importância de questionar nosso trabalho a cada etapa do processo de design.

O que eu espero para esse ano:

  • responsabilidade dos seniors, leads, diretores e diretoras, de ensinar e orientar iniciantes
  • mais colaboração entre designers
  • que todos questionem mais, façam mais perguntas
  • e que o estudo teórico faça parte do ensino dos novos e das novas UX Designers.

Cada questionamento feito é um aprendizado novo, é menos um problema que os usuários e seu produto tem….questionar é encontrar uma nova idéia para um problema.

FAÇAM PERGUNTAS, sejam questionadores e questionadoras!
Apparicio Bueno Ferreira Junior

Um brasileiro morando no Reino Unido a 12 anos, especialista em UX e UI, atualmente atuando como Lead de alguns times em uma startup, e nas horas vagas ensinando pessoas sobre o mundo do UX.

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